Por que alguns vinhos precisam de anos de amadurecimento e outros podem, praticamente, dispensar o processo de maturação?
O processo de amadurecimento nos vinhos pode ser também entendido como um método de estabilização, um período para apurar a bebida, para que seja melhor consumida. Logo após a vinificação, o vinho ainda está vivo, com aromas fechados e taninos duros. A maturação serve como um repouso, justamente para amenizar características de estrutura e perfil aromático.
No caso dos vinhos jovens, de consumo imediato, esse processo, quando existe, é mais curto. Isso proveniente de vinhas novas, com grande rendimento, o que permite que as uvas tenham menor concentração de nutrientes, gerando uma bebida mais leve e com pouca estrutura. Dessa forma não precisa amadurecer por um período longo.
Os vinhos amadurecidos são elaborados com uvas cujo controle de produção é maior. A quantidade de cachos por planta é reduzida para que os poucos que ficam recebam mais nutrientes possível. Isso acaba gerando uma bebida mais potente, que precisa passar por processos mais longos de maturação até arredondar. Sendo assim, podemos afirmar que o amadurecimento do vinho está ligado à qualidade e à concentração da uva.
Existem vários processos de maturação, sendo os mais comuns os tanques de aço inoxidável e concreto e as barricas de carvalho. Tal escolha permite aos enólogos definir as características do vinho que eles têm em mãos e o estilo a ser elaborado, o que também pode estar ligado a raízes culturais regionais.
A garrafa também pode ser um ótimo elemento no amadurecimento dos vinhos. O controle da temperatura, unidade e luminosidade é essencial.
Os tanques de inox é bastante utilizado, pois permite um controle mais
rigoroso da temperatura. Além disso, a limpeza é rápida e prática. O
material, inerte, não reage com os componentes do vinho. Esses tanques
permitem vedação total do vinho e não conferem aromas e sabores
estranhos ao líquido.
Os tanques de concreto traz maior complexidade aos vinhos, por se tratar de um material rústico não tão inerte, que, por ser poroso permite a micro-oxigenação, como as barricas. Os tanques de concreto possibilitam uma dispersão de calor seis vezes maior do que a madeira.
A maturação em barricas de carvalho é o processo mais valorizado pelo enólogos, pois a madeira alavanca várias características que os profissionais buscam no perfil de seus vinhos. Ao permanecer em contato com a madeira, o vinho recebe elementos que lhe conferem maior estrutura e longevidade e também é enriquecido com novos compostos aromáticos.
Para o amadurecimento em barrica, quase sempre é utilizado o carvalho, principalmente de origem francesa e norte-americana, apesar de haver boas barricas em outras regiões.
O carvalho francês tem maior porosidade e , por isso, proporciona melhor micro-oxigenação, cede mais polifenóis (taninos) e menos componentes aromáticos, enquanto o carvalho americano é menos poroso, cede menos polifenóis e é intensamente aromático.
Fonte: Revista Wine
domingo, 19 de abril de 2015
segunda-feira, 13 de abril de 2015
Como decifrar as características de um vinho?
Conhecendo previamente algumas de suas características, é possível decifrar melhor a personalidade de um vinho. Enriqueça sua experiência de degustação a partir de pistas simples e valiosas.
1° Passo: Nos olhos
- O vinho é transparente? Coloque o a taça com o vinho diante de uma superfície branca, quanto mais transparente, mais leve é o vinho.
- Qual é a sua cor? Quanto mais próximo do roxo mais jovem é o vinho e quanto mais a cor se aproximar do acastanhado, da cor do tijolo, estará mais envelhecido.
- O vinho é viscoso? Gire a taça e repare no efeito quando a bebida escorre, rastros conhecidos como lágrimas, arcos ou pernas. Quanto mais lentamente a lágrima cai, mais álcool e corpo o vinho tem.
2° Passo: No nariz
- Cheira frutas, flores? Quais? É intenso? Tente perceber se o que agrada é o aroma de fruta ou de flor.
- Tem sinais de madeira como carvalho ou eucalipto?
- Sente aromas de especiarias como pimenta-do-reino ou cravo da índia?
- Quais outros aromas o vinho apresenta?
- Se sentir cheiro de pano molhado ou mofo é por que o vinho está estragado (oxidado).
3° Passo: Na Boca
- No primeiro gole não julgue, serve para regular a boca.
- É adocicado ou seco? Na ponta da língua da para perceber se o vinho é doce ou seco.
- Lembra o sabor de alguma fruta? É intenso?
- Sente a boca salivar? Na lateral da língua sente-se a acidez é que causa a salivação.
- Sente a boca amarrar (como caju)? O tanino do vinho, por sua vez, amarra a boca.
- O vinho trás uma sensação de calor? O álcool traz uma sensação de calor.
- Qual é a persistência do sabor na boca? Se superar 8 segundos, temos um vinho longo, muito provavelmente de ótima qualidade.
Feito todos os passos é hora de perceber a harmonia entre doçura, amargor, acidez, taninos e álcool. O importante é se divertir, identificar gostos para saber escolher.
Fonte: Revista Wine n. 62
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